Seminário discute o Projeto de Lei da Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica

Na próxima quarta-feira, dia 29, no auditório do Sintet

Por Itiane Ferreira/ Calangopress

Acompanhe a entrevista realizada com Paulo Rogério Gonçalves (ATA) e Valdevino Marques Sobrinho, militante do projeto Matinha e do assentamento Olga Benário

A agricultura no Brasil está cada vez mais interligada com a agroecologia. Neste mês de outubro no Tocantins, na próxima quarta-feira, dia 29, acontece o Seminário do Projeto de Lei da Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica, no auditório do Sintet.

O representante da Articulação Tocantinense de Agroecologia (ATA), engenheiro agrônomo, Paulo Rogério Gonçalves, mais conhecido como Paulão, disse que “a ATA reúne representantes dos povos tradicionais, quebradeiras de coco e diversas organizações de base da agricultura”.

“A ata tem o objetivo de fortalecer a agroecologia do Estado e acessar políticas públicas para o fortalecimento do setor”, explicou. Na mesma linha,  Valdevino Marques Sobrinho, técnico em agroecologia, reconhece a importância da agroecologia,  “para mim é um projeto de vida”. 

Pelo que se percebe, um projeto de vida melhor. Valdevino é militante no projeto Matinha, no município de Colméia e no assentamento Olga Benário, no município de Tabocão. “Com a agroecologia temos um resgate de vida, que nos faz sentir parte da natureza, é muito importante para mim”, admite.

A política nacional de agroecologia 

O Brasil foi possivelmente o primeiro país na América Latina a ter uma Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, em articulação com a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. 

No Brasil, a safra de grãos no ciclo 2024/25  está estimada em 9,17 milhões de toneladas e estabelece um novo recorde para o Tocantins na série histórica, superando o obtido na temporada 2022/23, quando foram colhidas 7,7 milhões de toneladas. 

Dado da Secom-TO (2024) apontam que o volume obtido no ciclo atual representa uma alta de 28,2% em relação à safra 2023/24, segundo o 12º levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A safra consolida o Tocantins como o maior produtor da região Norte do Brasil, ocupando a 9ª posição no ranking nacional.

Um dos motivadores deste incremento são as associações. A ABA (Associação Brasileira de Agroecologia), que tem influenciado pautas de pesquisa, ensino e extensão, e da ANA (Articulação Nacional de Agroecologia), como rede dos movimentos sociais e organizações da sociedade civil.

As articulações das Associações também diálogam com o movimento feminista, organizações das juventudes e povos indígenas e comunidades tradicionais. 

O que muda no agronegócio

O modelo do agronegócio é industrial com monoculturas de commodities baseado na “Revolução Verde” imposta pelo governo dos Estados Unidos na década de 1960. Essas empresas impõem intervenções agressivas a todo ecossistema, e isso se dá em escala global.

O resultado da prática do agronegócio é que 65% de toda a biodiversidade e de todos os recursos de água doce do planeta foram contaminados por agrotóxicos, fora isso os recursos hídricos de bacias e afluentes de rios como as do Formoso, em Lagoa da Confusão no Tocantins, retratam o comprometimento com a sustentabilidade de ribeirinhos e povos indígenas.

A agroecologia é baseada na produção de sistemas biodiversos, e manejo sustentável do solo, tem como base uma produção diversificada, mais adequada até agora para a obtenção da soberania alimentar.

Lucros e prejuízos reais

No agronegócio, quem lucra são as grandes corporações que têm as patentes das sementes geneticamente modificadas e dos agrotóxicos. Com o custo para se manter cada vez mais caro, o lucro financeiro fica nas mãos das grandes corporações.

Agende:

Seminário do Projeto de Lei da Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica

📅 Data: 29 de outubro de 2025

🕓 Horário: das 14h às 18h

📍 Local: Auditório do Sintet – Q. 110 Norte, Alameda 25, Lote 31, Palmas-TO

Deixe um comentário

Eu sou O
Calangopress

Um Projeto de Pesquisa e Extensão idealizado para as atIvidades práticas de reportagem, produzido com a participação dos acadêmicos do curso de jornalismo da UFT.

Vinculado ao Núcleo de Jornalismo (NUJOR), o Calangopress funciona como laboratório para as atividades práticas do estágio, supervisionado pela Prof. Dra. Maria de Fátima de Albuquerque Caracristi.