Congresso do Intercom define competência de estudante de jornalismo PcD da UFT

Itiane Ferreira Pereira

Acompanhe a entrevista completa com o jornalista Matheus Amorim

“Para mim foi uma conquista, sabe? Um aluno PCD que passou por tantas coisas e conseguiu ser um formando de universidade pública e ganhar uma premiação como Intercom Norte foi muito gratificante. Espero que isso sirva de inspiração para muita gente igual  a mim.”

Foi assim que Matheus Amorim, jornalista formado este ano pelo curso de jornalismo da UFT, descreveu a experiência de ter seu Trabalho de Conclusão de Curso, selecinado para um dos mais importantes congressos de comunicação no Brasil, INTERCOM-2025.

Professora Ingrid de Assis, orientadora, Idglan Maia, co-orientador e Matheus Amorim

A professora Ingrid Pereira de Assis, docente do curso de Jornalismo da UFT e orientadora do TCC de Amorim ao lado do Co-orientador Idglam Maia, destacou a importância da conquista e a relevância de políticas inclusivas no ensino superior.

“Ter nossos alunos participando dessa competição, independentemente de serem alunos PCDs ou não, é sempre um motivo de muito orgulho e muita dedicação do curso de jornalismo”, justifica.

Mas segundo a professora, o fato do Matheus ser uma pessoa com deficiência “esse orgulho aumenta porque a gente sabe que, enquanto pessoa PCD, ele teve mais dificuldade de ter acesso às diferentes etapas educacionais na vida”.

Apoio e resistência na jornada acadêmica

Durante a graduação, Matheus passou por muitos desafios, a entrada de estudantes por cotas por deficiência, ocorreu nos cursos técnicos de nível médio de instituições federais, com a publicação da Lei nº 13.409/2016.

Matheus foi um estudante que liderou alguns movimentos para ter seus direitos assegurados até a conclusão do curso. As vezes precisou acionar a justiça para ter seus direito assegurados.

Conseguir monitores de mobilidade, que o conduziam da sala de aula para os laboratórios, e demais espaços da universidade, só com decisão judicial. Outra luta do Matheus diz respeito aos acessos, batalhou para que a universidade melhorasse o acesso arquitetônico, dentre outras lutas.

Apaixonado por TV

O estudante ao longo das disciplinas cursadas foi se especializando nas várias competências do jornalismo, mas quando iniciou a disciplina de telejornalismo , ele se encontrou profissionalmente.

Os recursos de acessibilidade disponíveis atualmente permitem que mesmo com os movimentos dos membros superiores limitados, Matheus produza textos, mas é entrevistando ele se revela como um profissional pronto para atuar no mercado.

“Essa questão do mercado de trabalho é compliada, porque as  empresas têm muito receio de contratar profissionais com deficiência.  Às vezes as empresas, meio que fecham a porta para a gente, não respondem nossos currículos”, lameta.

Cerca de 29,2% das pessoas com deficiência (PcDs) estavam no mercado de trabalho em 2022, segundo o IBGE. Dentre elas, mais da metade (51,2%) possuíam nível superior, mas isso não eliminou a dificuldade na empregabilidade, pois muitos ainda não atuavam na área de formação por falta de oportunidades. (Dados da Pnad Contínua de 2022).

Link do trabalho premiado:

https://www.youtube.com/@nosbastidorescommatheus

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Um Projeto de Pesquisa e Extensão idealizado para as atIvidades práticas de reportagem, produzido com a participação dos acadêmicos do curso de jornalismo da UFT.

Vinculado ao Núcleo de Jornalismo (NUJOR), o Calangopress funciona como laboratório para as atividades práticas do estágio, supervisionado pela Prof. Dra. Maria de Fátima de Albuquerque Caracristi.