CRIME OCORRIDO HÁ MAIS DE TRÊS ANOS RESULTOU EM SETE MORTES E INVESTIGAÇÃO SEGUE SEM CONCLUSÃO

Por Itiane Ferreira/Estágio Nujor
Ontem, quarta-feira, dia 16 de abril, às 19h30,no auditório da OAB, em Palmas–TO, o Movimento Estadual de Direitos Humanos e Ambientais do Tocantins (MEDHTO), promoveu evento visando cobrar a elucidação das setes mortes ocorridas em Miracema em fevereiro de 2022.
Acompahe as entrevista com a Dra. Fátima Dourado, advogada do MEDHT
Acompanhe as explicações do delegado Afonso Lira, diretor da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO).
Na ocasião foi exibido o documentário “Quem matou os filhos de Miracema?” produção audiovisual que denuncia a morosidade das investigações que estão sob a tutela do delegado Afonso Lira, diretor da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO).
A tragédia que abalou Miracema.
Acompanhe o Vídeo “Quem Matou os filhos de Miracema?”
A chamada “Chacina de Miracema” teve início após o assassinato do sargento da Polícia Militar, Anamon Rodrigues de Sousa, mais outras seis pessoas que também foram mortas na cidade, três da mesma família: Valbiano Marinho da Silva, Manoel Soares da Silva, Edson Marinho da Silva, Aprigio Feitosa da Luz, Pedro Henrique de Sousa Rodrigues e Gabriel Alves Coelho.
Os crimes ocorreram após o Sargento Anamon Rodrigues ser morto durante uma operação. Valbiano Marinho da Silva, considerado suspeito pela morte do sargento, foi executado na própria residência. Horas depois, o pai e o irmão de Valbiano – Manoel Soares e Edson Marinho – foram levados à delegacia da cidade para prestar depoimento. E lá foram executados, cerca de 15 homens encapuzados invadiram a delegacia, na madrugada.
Os corpos de três jovens — Aprígio Feitosa da Luz (24), Gabriel Alves Coelho (18) e Pedro Henrique de Sousa Rodrigues (21) — foram encontrados em um terreno afastado, com marcas de tortura e execução. Nenhum deles tinha antecedentes criminais.
O documentário “Quem matou os filhos de Miracema?“ É um trabalho do Núcleo de Jornalismo (NUJOR) da Universidade Federal do Tocantins e do Grupo de Pesquisa do CNPQ, Mídias e Territorialidades Ameaçadas e contou com o roteiro e produção da professora Dra. Maria de Fátima de Albuquerque Caracristi e edição e finalização do professor Dr. Carlos Fernando Franco, com parceria do Movimento Estadual de Direitos Humanos e Ambientais do Tocantins (MEDHTO) e Idearte Audiovisual.
Segundo os professores Carlos Franco e Maria de Fátima de Albuquerque a proposta é que o documentário sirva como denúncia pública e registro histórico. A professora destaca ainda que “a função social do documentário é justamente essa: registrar histórias reais para não serem esquecidas, principalmente violações de direito, como é o caso da chacina de Miracema”.
O delegado Afonso Lira, informou que as investigações são complexas e que a Polícia Civil instaurou o Inquérito Policial número 1522, de 2022, cujo objetivo é apurar todos os crimes ocorridos em Miracema do Tocantins entre os dias 4 e 5 de fevereiro de 2022.
Segundo Lira, as diversas diligências já foram realizadas e no momento oportuno serão divulgadas, “o que a gente pode dizer no momento, dia 15 de abril de 2025, é que a investigação ainda continua. É um caso complexo, são vários crimes de extrema gravidade que estão sendo apurados”, declarou.
O delegado ainda destaca que a Polícia pretende concluir as investigações o mais breve possível, disse que o Ministério Público, através do GAECCO, é parceiro da Polícia Civil, trabalhando para esclarecer a chacina.
A coordenadora do MEDHTO, Maria Vanir Ilídio, afirma que o movimento recebeu as denúncias e a advogada do Movimento, Maria de Fátima Dourado as direcionou aos órgãos competentes. Estão atuando no caso além da segurança pública e do ministério público, a ouvidoria da Polícia Civil e Polícia Militar.
Vanir destaca que também levaram o caso à Anistia Internacional, ONG que luta pela justiça social no mundo. Segundo a assessora jurídica do Movimento, Fátima Dourado, “a chacina é uma afronta ao próprio Estado”.
O seminário teve o objetivo de discutir a violência policial cada dia mais presente na vida da população brasileira. O documentário “Quem matou os filhos de Miracema?” Demonstra o sentimento de perda e dor das mães e familiares destes jovens, que perguntam à Justiça do Tocantins, quem foram os responsáveis pelas vidas ceifadas dos seus filhos e consequentemente que venham a ser responsabilizados.
Os parentes dos jovens executados adentraram o auditório com cartazes pedindo justiça. Pessoas ligadas aos movimentos de Direitos Humanos de Miracema também compareceram, além de estudantes de jornalismo e do curso de Direito.
Foto de destaque: Emanoel Muniz
Revisão: Prof. Maria de Fátima







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