Palmas sedia o Segundo Congresso Internacional Sobre Surdez

O Brasil possui hoje mais de 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva e 2,7 milhões têm surdez profunda

Por Samuel Cunha

Acompanhe as informações sobre o Segundo Congresso Internacional sobre a Surdez

Nos dias 17 e 18 deste mês, Palmas será palco do Segundo Congresso Internacional sobre Surdez – Acessibilidade, Comunicação e Inclusão para Surdos. O evento acontecerá no auditório do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), com inscrições abertas até o dia 16 de outubro, próxima quarta-feira.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que 5% da população brasileira é composta de pessoas que apresentam alguma deficiência auditiva. A porcentagem indica que mais de 10 milhões de pessoas apresentam a deficiência e 2,7 milhões têm surdez profunda, ou seja, não escutam nada. 

No mundo, a proporção é ainda maior: 1,5 bilhão de pessoas (20% do total) têm deficiência auditiva, sendo 430 milhões de pessoas (5,5%) com graus elevados de surdez, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Ainda segundo a OMS, o número de surdos pode subir para 2,5 bilhões até 2050. A inclusão dessas pessoas a ambientes de sociabilidade, trabalho, cultura, mídia, educação e demais é um desafio para todos que lutam pela acessibilidade e democratização.

O congresso tem como objetivo central debater formas de reduzir as distâncias entre a comunidade surda e o restante da sociedade, buscando maneiras de eliminar as diversas violências e preconceitos que ainda afetam pessoas com deficiência auditiva. De acordo com Agnaldo Quintino, que é surdo, administrador, escritor e palestrante, a sociedade brasileira continua sendo capacitista, ou seja, carrega preconceitos enraizados contra pessoas com deficiência, o que não exclui a surdez.

Agnaldo, adquiriu a surdez aos três anos devido a uma meningite, é defensor ativo dos direitos das pessoas com deficiência. Apesar da surdez, ele fala normalmente graças a um implante coclear e acompanhamento com profissionais fonoaudiólogos. Em sua trajetória, Agnaldo tem se dedicado a conscientizar a sociedade sobre a realidade da comunidade surda. “Acredito que se qualificarmos pessoas e professores sobre problemas relacionados ao capacitismo, já ajuda muito”, afirma.

Desde a criação da Lei Nacional de Acessibilidade, de Nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, as políticas públicas têm direcionado recursos para a garantia dos direitos de pessoas com deficiência, que incluem os deficientes auditivos.

Segundo Agnaldo, a partir da lei, a principal e a maior conquista da comunidade surda foi a instituição da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, em julho de 2015, que criou o Estatuto da Pessoa com Deficiência.

Uma curiosidade é que foi graças à Lei de Acessibilidade, que a Norma da ABNT passou por uma rcente adaptação, buscando garantir ainda mais acessibilidade. 

O Congresso Internacional sobre Surdez é um evento que tem, também, por objetivo, ajudar no rompimento de barreiras impostas pelo preconceito, porque, como destaca Aguinaldo, o evento é idealizado e organizado por pessoas surdas, e por isso terá toda temática voltada para o universo da deficiência auditiva.

Aberto para a comunidade, as inscrições para o Segundo Congresso Internacional sobre Surdez são gratuitas e serão emitidos certificados de 20 horas extras curriculares.

O endereço eletrônico para a realização das inscrições por meio da plataforma Formulários Google, é: https://forms.gle/WPeV8fUKuw2LLxaw6.

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Um Projeto de Pesquisa e Extensão idealizado para as atIvidades práticas de reportagem, produzido com a participação dos acadêmicos do curso de jornalismo da UFT.

Vinculado ao Núcleo de Jornalismo (NUJOR), o Calangopress funciona como laboratório para as atividades práticas do estágio, supervisionado pela Prof. Dra. Maria de Fátima de Albuquerque Caracristi.