Diminuição de nascimentos desde o final da década é o principal motivo
Por Karolliny Neres e Thiago Costa
Entrevista realizada com Leomar Brigagão do Conselho Nacional da Pessoa Idosa
No dia 13 de junho, sábado, a Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa vai retirar da invisibilidade os cerca de 1,1 bilhão de idosos que existem no mundo, segundo estimativa do IBGE de 2022, numa roda de conversa online, às 18 h, neste link https://meet.google.com/odz-dtyt-eve .
Os 12 países com maior quantidade de pessoas de 60 anos ou mais de idade são, por ordem decrescente: China (264,7 milhões), Índia (148,7 milhões), EUA (79,3 milhões), Japão (44,4 milhões), Rússia (32,9 milhões), Brasil em 6º lugar com 31,5 milhões.
De acordo com o Censo Demográfico 2022 (Segunda Apuração), a população de pessoas idosas residente no Brasil era de 32. 2 milhões, representando um acréscimo de 56,0% em relação àquela recenseada em 2010. Dessa população total, 17.887.737 (55,7%) eram mulheres e 14.225.753 (44,3%) eram homens.
O envelhecimento da população é observado quando os grupos mais jovens passam a representar menores proporções da população total, em comparação aos grupos de adultos e pessoas idosas.
O aumento de pessoas idosas tem como motivo principal a redução do número médio de filhos tidos por mulher, que no Brasil ocorreu de forma progressiva e rápida desde o final da década de 1960, e, em menor medida, devido à redução da mortalidade em todos os grupos etários, incluindo entre as pessoas idosas.
Aqui no Tocantins a Associação Brasileira de Aposentados e Pensionistas seção Tocantins (ABAPI) tem comemorado o mês da pessoa idosa, com palestras, eventos e está com o projeto de mobilização em defesa do direito das pessoas idosas, aqui do Estado, no dia 15 de junho, sábado.
O objetivo da ABAPI é discutir direitos das pessoas idosas, diminuir com o preconceito e chamar atenção dos políticos para discutir os problemas de violação aos direitos da pessoa idosa, principalmente o patrimonial, que segundo Leomar Brigagão, que compõe o Conselho Nacional do Idoso, representando o Tocantins, é o que desencadeia todos as outras violações, contra os mais velhos.
“O endividamento dos idosos está vinculado aos empréstimos consignados dos aposentados, as famílias são as maiores responsáveis por este endividamento, de maneira que se o idoso nega realizar um empréstimo na sua aposentadoria para um neto, filho, ou outro parente ele é assediado, perseguido e punido”, explica Brigagão.
Em 1980, o Brasil tinha 6,1% da população com 60 anos ou mais de idade. Já em 2022, esse grupo etário representou 15,8% da população total e um crescimento de 46,6% em relação ao Censo Demográfico de 2010, quando representava 10,8% da população.
No outro extremo da pirâmide etária, o percentual de crianças de até 14 anos de idade, que era de 38,2% em 1980, passou a 19,8% em 2022 (Tabela 1).
| Tabela 1 – Proporção da população residente por grupos etários específicos – Brasil – 1980/2022 | |||
| Ano | População de 0 a 14 anos (%) | População de 15 a 59 anos (%) | População de 60 anos ou mais de idade (%) |
| 1980 | 38,2 | 55,6 | 6,1 |
| 1991 | 34,7 | 58,0 | 7,3 |
| 2000 | 29,6 | 61,9 | 8,6 |
| 2010 | 24,1 | 65,1 | 10,8 |
| 2022 | 19,8 | 64,4 | 15,8 |
| Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1980/2022. Nota: As diferenças entre soma de parcelas e respectivos totais são provenientes do critério de arredondamento. | |||
No Gráfico abaixo, destaca-se o crescimento populacional dos diversos grupos etários a partir dos 60 anos de idade, indicando que o grupo mais populoso é de 60 a 64 anos, e o de maior crescimento relativo foi o de 65-69 anos.

Brasil ocupa 58ª posição no ranking de qualidade de vida do idoso
Pesquisa realizada em 96 países avaliou as condições de vida dos idosos, o Brasil está no 58º lugar, muito ruim, está atrás de países como Uruguai e Argentina. O melhor desempenho é da Noruega, um ótimo lugar para se viver na terceira idade, o pior é o Afeganistão.
Programas destinados a melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas estão em algumas universidades, são os programas das universidades Abertas à Terceira Idade.
O Portal MEC aponta a importância dos projetos que tem por objetivo implementar as Universidades Abertas à Terceira Idade, caso da Universidade da Maturidade da UFT, que tem por missão “desenvolver uma abordagem holística, com prioridade para a educação, a saúde, o esporte, o lazer, a arte e a cultura, concretizando, desta forma o verdadeiro desenvolvimento integral dos alunos, buscando melhoria da qualidade de vida e o resgate da cidadania”.
Neste espaço, Augustinho Batista, aluno da UMA, que nunca frequentou uma escola, escreveu o livro “Olhar do Caboclo Marajoara”, e foi referência no jantar da maturidade, realizado pela ABAPI, já em antecipação a comemoração ao dia da pessoa idosa.
Para Augustinho, que nunca frequentou uma escola, “a vida é um desafio, “nunca fui numa escola mas hoje eu sou educador social pela UMA, aqui em Palmas, faço poesia, que é a atenção dos limites que me acalma, trazendo revelações que trago dentro da alma” declamou, na festa realizada pela ABAPI.
Ouça a apresentação de Augustinho Batista, poeta, educador social, autor do “Olhar do Caboclo Marajoara”

“Nunca fui numa escola, mas hoje, eu sou educador social pela UMA, aqui em Palmas, faço poesia, que é a atenção dos limites que me acalma, trazendo revelações que trago dentro da alma”
Algumas universidades segundo o Portal MEC oferecem a assistência educacional via universidade aberta, são elas:
Ufes – A Ufes tem como programa de extensão a Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), que funciona há 22 anos.
UnB – O programa de extensão da UnB se dá pelo curso Educador Político Social no Envelhecimento Humano, com duração de um ano e meio. A cada semestre as inscrições são abertas por meio de edital, com 300 vagas, e qualquer pessoa acima de 45 anos, independente da escolaridade, pode se inscrever.
UFPA – A Universidade da Terceira Idade da UFPA dura um ano e atende cerca de 250 idosos por temporada. São quatro os programas: Atualização cultural na terceira idade; Arte e cultura; Corpo, movimento e qualidade de vida; Graduação permanente.
USP – A Universidade de São Paulo, oferece disciplinas regulares dos cursos de graduação e atividades esportivas e físicas para pessoas com mais de 60 anos, vinculada ao programa da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária.
Caso da UMA – Universidade da Maturidade da Universidade Federal do Tocantins
Mais informações: http://prceu.usp.br/3idade/







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