Falta de inclusão social e acessibilidade são os grandes desafios das pessoas cegas no Tocantins.

Há aproximadamente 509 mil pessoas cegas e cerca de 6 milhões com baixa visão no país e elas são as mais pobres e analfabetas

Por Thiago Henrique Costa

Acompanhe a entrevista com o presidente da ADVTO, Ionaldo Tertuliano de Carvalho

Recém-empossado como presidente da Associação dos Deficientes Visuais do Estado do
Tocantins (ADVTO), Ionaldo Tertuliano de Carvalho, destaca que a inclusão social e a acessibilidade
ainda são grandes desafios para as pessoas cegas no Tocantins e no Brasil.

Na opinião do presidente da ADVTO, “há a necessidade urgente de políticas públicas que promovam a
educação inclusiva e o acesso aos deficientes visuais ao mercado de trabalho”, além dessas necessidades, ele enfatiza a importância de campanhas de conscientização para reduzir o preconceito e promover a igualdade de oportunidades para essas pessoas.

No Brasil, os desafios são significativos, principalmente porque falta de acesso aos tratamentos preventivos e reabilitadores.

Dados do IBGE de 2022 indicam que há aproximadamente 509 mil pessoas cegas e cerca de 6 milhões com baixa visão no país. Para cada milhão de habitantes, estima-se a existência de 5 mil cegos e 20 mil
deficientes visuais.

As principais causas de cegueira incluem a falta de tratamento para doenças como a catarata, defeitos refratários, que é quando há alterações no tamanho do olho ou no formato da córnea e cristalino. Outras infecções como a retinopatia diabética, glaucoma, ocorrem pela infestação de vermes no organismo e a oncocercose e o tracoma, que é a infecção por bactéria, poderiam ser evitadas, caso os serviços de saúde fossem eficientes.

“Há a necessidade urgente de políticas públicas que promovam a educação inclusiva e o acesso aos deficientes visuais ao mercado de trabalho” Ionaldo Carvalho

Foto do Calangopress: Ionaldo Carvalho (camisa azul), William (esquerda), Mônica Costa (direita) e Carolinne (na ponta direita)

No Tocantins, as dificuldades enfrentadas pelas pessoas cegas incluem a falta de infraestrutura adequada para mobilidade e acesso a serviços essenciais, além do preconceito e da exclusão social, pois os casos mais comuns de cegueira afetam as pessoas analfabetas e de baixa renda.

“É preciso haver uma mudança cultural, as pessoas não têm a capacidade de se colocar no lugar dos deficientes visuais. Acredito que o poder público poderia agir em questão de locomoção, há árvores no meio das calçadas, calçadas desniveladas, tudo contribui para muita dificuldade na locomoção para alguém cego”, explica.

Outro grande obstáculo para acessibilidade das pessoas cegas em Palmas também diz respeito “a falta de materiais didáticos em braille, a escassez de profissionais capacitados para atender às necessidades específicas desses indivíduos e a insuficiência de programas educacionais específicos para atender as pessoas cegas e de baixa visão”, finaliza Ionaldo.

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Um Projeto de Pesquisa e Extensão idealizado para as atIvidades práticas de reportagem, produzido com a participação dos acadêmicos do curso de jornalismo da UFT.

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