PONTE INCENDIADA PARA CONSTRUÇÃO IRREGULAR DE ATERRAMENTO TRAZ PROBLEMAS PARA OS KRAHÔ-TAKAYWRÁ

Da Redação do CalangoPress

Mais um crime ambiental ocorrido no Tocantins, no dia 9 de novembro, traz consequências desastrosas para a comunidade indígena Khrahô- Takawrá, localizada na Área de Proteção Permanente (APP), há 40 km de Lagoa da Confusão, após uma ponte do rio Dueré ter sido incendia para dar lugar a construção de uma barragem que visa represar água para o cultivo de arroz da empresa Diamante Alimentos, de propriedade de João Victor Moulin Costa.

A denúncia foi encaminhada pelo Centro de Direitos Humanos de Cristalândia, ao Ministério Público do Tocantins, recebida pela Promotoria Regional Ambiental da Bacia do Alto e Médio Araguaia, que informou já ter um procedimento em andamento para o suposto crime ambiental.  Segundo o promotor, Jose Brandes Júnior, “já temos a análise ambiental com remessas aos órgãos competentes”.

Escute a entrevista com Silvano Lima Rezende, advogado do CDHC

A destruição da ponte que está localizada próxima a fazenda Eldorado, que antes era conhecida como Fazenda Relâmpago, ocorreu no dia 9 de novembro de 2022, as imagens feitas pelo celular do cacique José Valdete Xorxo Krahô, registraram o fato.

Sem a ponte e, como a barragem não deixou vazantes, tanto a aldeia, como moradores próximos estão com suas casas inundadas, já que a área tem registro frequente de cheias e inundações, provocando a perda da criação e perigo principalmente para idosos e crianças.

O advogado do CDHC, Silvano Lima Rezende disse que “a barragem foi construída a mando do empresário João Victor Costa, e não deixaram bueiros para a passagem das águas, que é a região do encontro do rio Dueré com o rio Formoso”. Silvano disse que trata-se de um crime ambiental e que o incêndio da ponte ocorreu sem histórico de licença.

O acusado do crime ambiental, João Victor Moulin Costa é empresário com participação em 33 empresas com C.N.P.J. perante a Receita Federal do Brasil nos estados de Tocantins, Goiás, Maranhão, Piauí, Pará e Distrito Federal. Dessas estão ativas 24, sendo 8 matrizes e 25 do tipo filial com 43 sócios com CNPJ cadastrados em outras empresas.

O capital social das empresas soma aproximadamente R$ 1, 608 bilhão, a mais recente é a BIOND LTDA aberta em 24 de setembro de 2022, um pouco mais de um mês do incêndio ocorrido na ponte, no dia 9 de setembro do mesmo ano. A empresa mais antiga é a Diamante Alimentos LTDA, aberta no ano de 2018.

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