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02 de abril de 2022, às 01h32
Hoje dia 2 de abril comemora-se o dia Mundial da Conscientização do Autismo, a data foi instituída pela ONU em 2018. Aqui em Palmas, a partir das 8 horas da manhã a Associação Anjo Azul, especializada no tratamento do TEA – Transtorno do Espectro Austista, vai realizar a “Caminhada da Conscientização”, na Praia da Graciosa. “Menos preconceito e mais atenção às pessoas com TEA é o objetivo da passeata”, disse Rosa Helena Ambrósio.
Estima-se que existam 2 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), no Brasil, mas é um número incerto e precisa ser oficializado, por isso foi sancionada, em 2019, a Lei 13.861 que obriga o IBGE a perguntar sobre o autismo no próximo censo populacional.
Pela primeira vez, a partir de 1º de agosto, o autismo vai entrar no radar das estatísticas como forma de mapear quantas pessoas vivem com o transtorno e quantas podem vir a ter a síndrome do espectro autista. Os questionários serão aplicados em 78 milhões de lares brasileiros pelo Censo Demográfico 2022, que foi adiado em função da pandemia e, depois, por falta de orçamento.
Segundo dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas.
A neuropsicopedagoga Monique Wermuth Figueras, é mãe de um filho autista, para Monique faltam assistência do Estado em todas as áreas, tanto saúde como na educação, Monique disse também que não se cumpre a lei que delibera sobre a causa autista. “ É preciso que o profissional tenha qualificação”.
A falta de políticas públicas adequadas para o problema das famílias que se veem desafiadas pela TEA é atenuada pelas Associações, que acabam fazendo o papel que caberia ao poder público. É o caso da Associação Anjo Azul, criada em 2011, em Palmas.
A associação tem como objetivo manter o tratamento adequado das deficiências e suas reabilitações, através da utilização de todos os recursos terapêuticos e da aplicação de enfoques multidisciplinares, para as pessoas autistas e familiares.
O presidente da Anjo Azul Hermando Rodrigues Soares disse que perdeu alguns convênios com a pandemia, mas mesmo assim são priorizadas as famílias de baixa renda.
Dificuldade em obter o diagnóstico da TEA
A revista Espaço Aberto da Universidade de São Paulo, na edição nº 170 explica que não é fácil realizar o diagnóstico do autismo, nem mesmo um exame genético é capaz de afirmar com precisão a incidência da síndrome é o que certifica a professora Maria Rita dos Santos e Passos Bueno, coordenadora do núcleo voltado ao autismo do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-tronco do Instituto de Biociências (IB) da USP.
Dessa forma, como ainda não se pode afirmar geneticamente as causas do autismo, usa-se o diagnóstico baseado em observação do paciente (que geralmente apresenta sintomas como dificuldade de comunicação, além de comportamento repetitivo). As crianças apresentam dificuldade de linguagem, de interação social, mas isso é uma variação de comportamento, não se define o autista apenas por essas alterações.
Diagnóstico e tratamento precoce são fundamentais
Os pesquisadores do Projeto Genoma em 2014, fizeram uma importante descoberta na área: o gene TRPC6 seria um dos genes de predisposição ao autismo e alterações nesse gene levariam a problemas nos neurônios. Chegaram à conclusão de que tais variações podem ser corrigidas com uma substância chamada hiperforina, presente na erva-de-são-joão.
A hiperforina só seria possível como tratamento para aqueles pacientes cujo transtorno provém do TRPC6. “A expectativa é que talvez 1% dos pacientes possa responder positivamente à erva-de-são-joão”, explica a reportagem.
O Projeto Genoma oferece aos pacientes autistas, desde 2001, um serviço de aconselhamento genético, a equipe realiza estudo das famílias geneticamente e caracterizam a parte comportamental.
Segue o link da reportagem http://www.usp.br/espacoaberto/?materia=um-retrato-do-autismo-no-brasil







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