Pesquisadores da UFC e do ITPAC apontam que a detecção de casos novos em crianças no Estado ser o mais elevado do país
Hoje, 27 de outubro, é o Dia Estadual do Combate à Hanseníase no Tocantins, uma doença fatal e estigmatizada, mas que diferente do que muita gente pensa, tem cura e não se propaga no toque da pele.
Uma pesquisa realizada por Lorena Dias Monteiro do Departamento de Saúde Comunitária da Universidade Federal do Ceará e outros pesquisadores, em parceria com o Instituto Tocantinense Antônio Carlos (ITPAC), publicada em 2019, pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva e disponível no SciELO, constatou que a hanseníase permanece como um importante problema de saúde pública no estado do Tocantins.
A pesquisa concluiu que “Os indicadores de casos ao longo do tempo mostram a permanência do diagnóstico tardio e as demandas represadas. O programa de controle da hanseníase do estado deve se concentrar e promover atividades de controle sustentáveis com foco na vigilância ativa por meio de exames de contatos, campanhas em massa e outros exames coletivos”, é a conclusão dos pesquisadores sobre a doença.

O coordenador nacional do Movimento pela Reintegração do Portadores da Hanseníase (MORHAN), Artur Custódio, disse que o Brasil é o país com maior incidência da hanseníase no mundo, está atrás apenas da Índia, e que a falta de medicamentos da rede SUS, durante a pandemia, aumentou o retorno de pessoas que estavam em tratamento.
O mesmo é comprovado pela pesquisa realizada onde se percebe que o “Tocantins continua liderando os índices de hanseníase dos estados localizados na Região Norte do país, ocupando o primeiro lugar entre os estados brasileiros em casos novos da doença na população geral (88,6/100 mil habitantes) e em menores de 15 anos de idade (21,7/100 mil habitantes)”.
O estudo também indica que o fato do coeficiente de detecção de casos novos em crianças no Tocantins ser o mais elevado do país sinaliza exposição precoce a Mycobacterium leprae, bacilo transmissor da lepra ou hanseníase e a transmissão recente é proveniente de fontes bacilíferas não diagnosticadas.
As melhorias no controle da hanseníase nas últimas décadas, foi impactada pela Covid -19. Custódio disse que “a média anual de descobertas de casos no Brasil está em torno de 30 mil, mas que no ano passado apenas 15 mil casos foram detectados, uma queda de 55%,”, que segundo ele está relacionada à incidência da pandemia.
Para saber detalhes da pesquisa, click no link.
https://www.scielo.br/j/rbepid/a/yy8Lr43FXBXPPHcmxYMgsNy/?lang=pt#ModalTutors
Para saber detalhes da pesquisa, click no link.







Deixe um comentário