HANSENÍASE    O MAIOR PROBLEMA AINDA É O PRECONCEITO

Gabriel Silva Carvalho

Entrevista de Fenelon Milhomem com Leomar Cesár Brigagão

Segundo dados do Boletim do Ministério da Saúde, o diagnóstico de hanseníase foi diminuído pela metade de 2019 a 2020, devido a paralisação de políticas públicas que lidam com a saúde, mas o que não muda a realidade que o Brasil é o segundo país com mais diagnóstico, ficando atrás apenas da Índia. 

Antigamente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa que ataca não apenas a pele do receptor, mas também seu sistema nervoso. Causada pela bactéria Mycobacterium Leprae ou Bacilo de Hansen, essa doença foi diagnosticada no ano de 1873, mas já relatada a 4000 anos atrás, presente também em histórias que a bíblia cristã relata.      

Ontem, em comemoração ao dia estadual da hanseníase, que é hoje, di 27 de outubro, o Conselheiro Estadual do MORHAN (Movimento para Reintegração de Pessoas com Hanseníase), ex-professor da UFT Leomar Brigagão que descobriu ser portador da doença ainda na década de noventa, foi entrevistado pelos alunos da disciplina de Produção em Jornalismo.

Brigagão teve o diagnóstico positivo para a hanseníase e infelizmente teve o seu “segredo” vazado ainda quando não havia tanto entendimento do assunto quanto hoje. Segundo Brigagão, no início foi muito difícil lidar com o preconceito.

“Quando você toma a medicação pela primeira vez, o primeiro comprimido, você já não transmite mais” relatou na coletiva. Para ele, junto com a campanha de cuidado e tratamento que o Governo disponibiliza, o  MORHAN, trabalha para combater a hanseníase por meio de políticas públicas eficazes.

“É complicado combater o preconceito, para que as pessoas entendam que não precisa ter esse afastamento todo com quem tem a doença” afirmou o professor Leomar. Imaginar que hoje as pessoas ainda sofrem por achar que podem se contagiar apenas por estar perto das pessoas portadoras é um ponto muito difícil na conscientização da luta contra a doença. 

Leomar Brigagão: A hanseníase tem cura

Já ao fim da entrevista, o docente da UFT, informou que não tinha mais problema em lidar com as dificuldades da doença já que estava fazendo seu papel. “O conselho que eu posso dar é tomar os remédios, pois só assim a pessoa vai estar livre para viver de maneira segura sem transmitir, ou deixar que a doença progrida”.

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