Reginaldo Miranda explica o funcionamento do sistema de captação de água que integra o maior projeto de produção agrícola em terras contínuas do mundo
Por Caroline Carvalho Silva e Raimundo Miranda, do Calangopress, Lagoa da Confusão (TO), 06 de Junho de 2021
Na bacia do rio Formoso, cerca de 113 mil hectares de terras são cultivados em duas safras anuais, intercalando arroz no período da chuva e melancia, feijão e a soja principalmente para sementes, no período da seca gerando R$ 3 bilhões de reais anualmente.
A bacia do Rio Formoso, parte integrante do maior projeto de irrigação em terras contínuas do mundo, está ocupada por barramentos nos leitos dos rios não perenes e quatro elevatórias no leito do rio Formoso, que é navegável.
Essas estruturas feitas nos leitos dos rios atendem à demanda de 84 bombas hidráulicas de diferentes vazões que operam monitoradas pelo sistema (GAN) Gestão de Alto Nível, durante todo o período da irrigação.
A vazão dos rios da baca é regulamentada pelo sistema semafórico, implantado pela SEMARH, visando atender ao regime mínimo necessário, conforme as normas ambientais.
O Ministério Público do Estado, move uma ação civil pública desde 2016 contra os produtores que adotaram o sistema de irrigação. O promotor público, Francisco Brandes, responsável pela ação, quer pôr fim a captação de águas dos rios, principalmente na época de escassez (veja aqui a entrevista com Dr. Francisco Brandes no link).

Contrário ao argumento do Ministério Público, Reginaldo Pereira de Miranda, presidente da Associação dos Produtores do Rio Formoso, disse que o sistema deveria ser implantado em todo o Brasil, principalmente nas regiões onde os rios não são perenes.
A associação que preside é constituída principalmente por 14 produtores, foi criada em função da demanda das plantações, para assegurar a defesa dos produtores e dar soluções para o uso sustentável dos recursos hídricos disponíveis na região.
As plantações estão localizadas ao longo de 300 mil hectares de várzea contínua, que quando finalizadas pode se tornar na maior área irrigada de plantio contínuo do mundo.
No inverno são cultivados principalmente soja, melancia e feijão. No verão, pela presença das chuvas, é a vez do arroz, que é o único tipo de plantação que se mantém nesse período.

O presidente da associação nega as denúncias acatadas pelo Ministério Público, diz que o sistema não é responsável pelos assoreamentos dos rios da bacia do Formoso, “quando levantamos o lençol, a reserva hídrica e ambiental está sendo beneficiada”, explica.
“Na beira do rio, tanto de um lado quanto de outro, a margem fica mais alta do que a várzea. Isso aí é muito benéfico no sentido de preservação das nossas APP (Área de Preservação Permanente) pois as águas usadas para irrigação voltam para o rio com mais qualidade através da filtragem que ocorre no subsolo”.
Entenda detalhadamente o funcionamento de todo o processo de captação de água e irrigação na entrevista abaixo:
Postado por Mateus Soares, estagiário Nujor
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