Secretária executiva do CEDECA  explica a importância de manter as famílias informadas sobre o sistema de ressocialização dos seus filhos

Por Kennedy Carneiro

Começa na próxima terça-feira, dia 23 de março, a partir das 19h, até o dia 25 o curso online gratuito “Sou de Direitos”, iniciativa do CEDECA que possui como objetivo abordar temas ligados à socioeducação. O curso é voltado para as famílias de jovens que cumprem medidas socioeducativas, mas está aberto para toda a sociedade. Os interessados têm até o dia 22 para se inscreverem pelo Whatsapp através do número (63) 9 9932-2007.

O CEDECA busca ampliar e difundir direitos fundamentais voltados aos jovens infratores, bem como atua no enfrentamento à pobreza e no fortalecimento de políticas públicas relacionadas à área de Direitos Humanos.

Em entrevista para o CalangoPress, Mônica Brito, secretária executiva da organização, afirma que “o adolescente não deve ser entendido como um pária da sociedade, mas sim como um ser humano que está em condição de desenvolvimento”.

“Há um preconceito muito grande por parte da sociedade. Trabalhamos com a desconstrução desse estereótipo. Uma vez que o adolescente é internado, ele automaticamente se torna um estorvo para a sociedade. A visão que as pessoas têm é que ele nunca poderá se recuperar e isso não é verdade”, afirma a secretária.  

 O curso vai preparar as pessoas para que entendam quais são os direitos da família e do adolescente, como funciona uma audiência, como contratar um advogado, como funciona o serviço da defensoria pública. “Nosso papel é fortalecer a identidade dessas famílias e acompanhá-las durante esse momento tão delicado”. 

A educadora reafirma a importância da família na recuperação dos jovens “o Cedeca trabalha também na desconstrução da culpabilização que os familiares desenvolvem quando um jovem é internado. É comum que os parentes pensem que o ambiente hostil, violento e inóspito faz parte do processo punitivo. Precisamos deixar claro que aquele lugar não é um lugar de punição, mas um lugar de socioeducação.” 

Segundo ela, as violações que os adolescentes sofrem que vão desde torturas, falta de alimentação adequada, abusos pelo agente público, pela falta de audiência justa, pelo defensor que não se interessa e não apresenta uma defesa técnica adequada, é visto pela família como uma punição pelo ato infracional. 

“Meu filho errou, agora tem que pagar, mas este pagamento é muito caro”, lamenta. A secretária diz que o papel do Cedeca é desconstruir essas ideias, “as famílias que passam por essas situações vão perdendo toda auto estima, o brilho, não resta nada depois que os jovens ou adolescentes entram neste sistema”. 

Atualmente, no estado, há cerca de 100 adolescentes cumprindo medidas socioeducativas, nas unidades de Palmas, uma de internação provisória em Gurupi e uma de semiliberdade em Palmas, Araguaína e Gurupi.

O Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca) Glória de Ivone é uma organização não governamental sem fins lucrativos que atua na área de direitos humanos envolvendo crianças e adolescentes desde maio de 2007. 

Saiba mais acompanhando o podcast com Mônica Brito, secretária Executiva do CEDECA:

Postado por Mateus Soares, estagiário Nujor

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