Por Geíne Medrado

Vice-direção do campus informa que a universidade não tem recursos para finalizar a obra.

Legenda: A creche será construída próxima a lateral do prédio bala 2.

De acordo com a vice-direção do campus da Universidade Federal do Tocantins, o cenário de contingenciamento de cortes impossibilita o avanço no projeto de construção da creche na UFT.  A previsão inicial era de que a creche seria viabilizada ainda este ano por meio da parceria firmada entre a universidade e a Prefeitura Municipal de Palmas.

Segundo o vice-diretor do campus de Palmas, Eduardo Cezari, a questão é um pouco mais complexa, além do corte de recursos, há uma dificuldade em continuar o diálogo com o município devido a troca de secretariado que já ocorreu duas vezes desde as discussões iniciais sobre projeto em 2015. Ele informa ainda que a universidade tem tentado uma emenda parlamentar para desenvolver o projeto.

 “Não temos recursos para finalizar a obra, então nós estamos paralisados, esperando um cenário mais promissor para continuidade do projeto. Precisamos dessa articulação entre um parlamentar que traga o recurso, a universidade que operacionalize essa obra e do município que coloque mão de obra e infraestrutura de material e consumo para que essa atividade possa acontecer aqui dentro”,  ressalta, Eduardo Cezari.

A UFT ficará responsável pelos custos de implantação e adequação da estrutura já o munícipio com os profissionais e o projeto didático. O plano inicial prevê a abertura de  200 vagas para filhos de servidoras e alunas do campus de Palmas, com idades até 3 anos. A creche irá funcionar ao longo dos três turnos e vai contar com uma sala de amamentação, berçário e outros espaços.

A creche será construída próxima a lateral do prédio do bala 2.  No local há uma obra inacabada, onde inicialmente seria uma área de vivência para os alunos, entretanto a construçãonunca foi finalizada por falta de recursos. A ideia é aproveitar essa estrutura e transformá-la no espaço kids.

Além de atender a necessidade das mães, o projeto tem o objetivo também de proporcionar um ambiente que possibilite a pesquisa, extensão e vivências. Por isso, a Universidade da Maturidade se tornou parceira da ideia, a intenção é que o espaço seja também de convivência intergeracional, de maneira que as experiências dos alunos da terceira idade sejam retransmitidas para as crianças, e essas possam retribuir com a energia e a alegria comum a essa fase da vida.

Para a estudante de ciências contábeis, Eva Vilma, a creche traria uma melhor qualidade de estudo para alunas que são mães. “Esse projeto da creche é muito bom para a gente que é mãe e estudante. Eu tenho que trazer minha filha para assistir as aulas e às vezes fico em casa para cuidar dela. Então com essa creche facilitaria muito pra gente, traria até uma qualidade melhor do estudo. Eu que entrei na UFT em 2014, já deveria estar aproveitando desse benefício”.

A servidora da UFT, Luciana Theodoro que está grávida de 37 semanas, acredita que a iniciativa irá beneficiar principalmente estudantes em situações de vulnerabilidade socioeconômica. “Geralmente a pessoa que está estudando não tem uma renda para poder pagar uma creche ou pagar alguém para olhar o seu filho.  Então eu acho que essa iniciativa pode beneficiar bastante aos estudantes e também os servidores por ter essa proximidade com o seu filho”.

Muita expectativa existe também com a possibilidade de estágios para diversos cursos da UFT, tais como pedagogia, teatro, nutrição, medicina e filosofia. “Ter uma creche dentro da universidade nos permitiria ter essas experiências pedagógicas, inclusive em horário de aula. O curso que é bastante teórico passaria a ser mais prático e a nossa formação seria mais completa ”, diz a aluna de pedagogia, Ábila Soares.

A ideia do projeto nasceu ainda em 2015 quando o professor Cezari era coordenador do curso de pedagogia. Ele conta que desde então tem trabalhado para viabilizar o mesmo. “O projeto não deixou de existir. Essa ideia continua viva, é um projeto que eu quero tocar porque isso vai impactar diretamente nas condições de trabalho e de estudo das mulheres que tem filho e vem para a universidade” finaliza.

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