Isabela Leão

A obra que fecha o espaço no hall da biblioteca no Campus da UFT de Palmas vem levantando diversas discussões sobre sua necessidade desde que foi iniciada, na primeira semana de junho. O espaço era um dos principais locais abertos da universidade, e servia como ponto para reuniões, eventos, realização de projetos de integração, além de ser uma área de lazer e convivência para comunidade acadêmica.

Biblioteca em obras

Segundo o diretor do campus de Palmas, professor Marcelo Leineker, a obra é uma ampliação da própria biblioteca para suportar o quantitativo de alunos. “De lá pra cá cresceu muito o número de usuários, e é uma reclamação que já veio inclusive por intermédio de ouvidoria, a baixa quantidade de assentos para estudo, que também foi discutido no conselho diretor desde 2015”.

Desde o anúncio, alunos e ex-alunos se manifestaram contra a realização, principalmente pelas redes sociais. O jornalista e ex-aluno da UFT Wualisson Chaves foi um deles. Ele soube da obra pelo twitter, e resolveu protestar em suas redes. “Quando fiquei sabendo pela primeira vez, nem levei a sério, porque achei que não iam mesmo fazer aquilo. É uma pena o hall ter sido modificado dessa maneira”, lamenta. Na ocasião, muitos estudantes estavam comentando e repassando a informação, além de manifestos de Centros Acadêmicos, como o do curso de Arquitetura e Urbanismo, que foram postados online.

O ponto mais destacado nas reclamações dos alunos é de que essa decisão acaba com um dos poucos espaços de convivência dentro da universidade, que já não oferece muitas opções. Além das reclamações, boatos sobre a finalidade da obra se espalharam pelo Campus, dividindo opiniões – as informações repassadas falavam desde salas administrativas até ambulatórios para os cursos de saúde.

Quando questionado, Leineker afirma que a direção tomou conhecimento, e foi realizada uma reunião com os Centro Acadêmicos para esclarecer as dúvidas. “Realmente o que houve foi uma falha de comunicação. Informalmente foi dito que era um setor administrativo, mas não é, é uma obra para promover mais locais de estudo”.

Festa em meio à reforma

A reforma vai servir para tornar a biblioteca acessível às pessoas com necessidades especiais (PNE), não só espacial, como também ao acervo literário. “Não tem sentido a gente fazer um outro local para o acervo, se ele está todo colocado lá”.  O setor de acessibilidade informacional vai contar com impressoras em braille, mecanismos que fazem a tradução para braille, video lupas e equipamentos com áudio descrição.

Segundo a direção do campus, novos espaços de convívio estão sendo incentivados, como a prainha, que já é um ponto conhecido entre os alunos, o bloco B e o auditório do bloco 3, que atualmente são utilizados para a prática esportiva. “O que ficou acordado é que em dois meses a direção ia trazer uma proposição de um projeto para poder apresentar um novo espaço de vivência.”, ressalta.

A previsão é de que até o mês de agosto, quando terminam nas obras, seja marcada uma reunião com os estudantes e CAs, e posteriormente uma assembleia geral com os estudantes, para que se possa decidir “de fato qual seria o melhor espaço de vivência, que não nasça da cabeça da direção do campus ou de um setor técnico, mas que tenha de fato a ver com os anseios da comunidade acadêmica.” Leineker completa.

Quanto às atividades que vinham sendo desenvolvidas no hall, Leineker, diz que não houve oportunidade de fazer uma reunião sobre o realocamento. No entanto, outros blocos estão sendo desativados, e a ideia é de que, enquanto ainda não existe uma solução definitiva, eles sejam utilizados.

“Claro que a gente entende que cria uma identidade com o local, mas em certos momentos a gente tem que fazer opções e, nesse momento, a opção foi promover a melhoria do espaço de estudo e acessibilidade informacional, e correr atrás de uma estrutura realmente adequada para a realização de eventos”, finaliza.

Entrevista com o diretor do Campus Palmas da UFT, Marcelo Leineker

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