O Calangopress

por Thuany Gonçalves

Programa auxilia fumantes a vencerem a nicotina.

O acesso ao tratamento ao tabagismo funciona durante todo ano gratuitamente e é oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde, da seguinte forma: todas as pessoas que tenham interesse em parar de fumar podem procurar seus centros de saúde de referência e de lá serão agendados via Sistema de Regulação (Sisreg), pelo profissional de saúde da unidade, para um dos Grupos de Apoio Terapêutico ao Tabagista.

A psicóloga do programa, Kathy Menten, explica que “os grupos têm duração de três meses e contam com a participação em média de 10 a 15 pessoas que querem abandonar o hábito de fumar”. O trabalho é contínuo, a cada três meses finaliza uma turma e inicia outra.

“No primeiro encontro tem avaliação médica para ver o histórico da pessoa e qual será a melhor alternativa de tratamento. Depois o acompanhamento é multidisciplinar e consiste em intervenções cognitivas-comportamentais, treinamento de habilidades sociais, aconselhamento e também conta com práticas integrativas, além do possível uso de medicamentos”, explica a psicóloga.

De acordo com Kathy, nem todos necessitam de medicamentos. “Muitas pessoas já cessam o uso do tabaco apenas com apoio psicológico e do grupo, outros necessitam de tratamento medicamentoso”, reforça, ressaltando que os grupos têm apresentado bons resultados e que os pacientes que seguem o tratamento até o fim, normalmente conseguem parar de fumar.

Nilson Martins, 50 anos, um dos integrantes do grupo, destaca que a experiência foi muito importante em sua vida. “Para nós, foi excelente e de vital importância. Ainda mais para mim, que sempre quis sair do vício e não tinha condições. Mas com esse apoio psicológico, dos companheiros e com alguns medicamentos, eu consegui e posso dizer que sou um ex-fumante. Vou levar isso para o resto da vida”, destacou.

O Programa Municipal de Controle do Tabagismo, ofertado pela rede municipal de Saúde de Palmas, visa reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade por doenças tabaco-relacionadas. As atividades são separadas por grupos que dispõe de tratamentos para auxiliar os fumantes a vencer a dependência à nicotina.

Em Palmas, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde existem 50 pessoas em tratamento. As estratégias utilizadas durante o processo são:prevenção de iniciação ao tabagismo, proteção da população contra a exposição ambiental à fumaça de tabaco, regulação dos produtos de tabaco através de ações educativas, de mobilização de políticas e iniciativas legislativas e econômicas.

Ao final dos três meses, é realizado um último encontro com os participantes que persistiram no tratamento. Alguns integrantes recebem medalhas por se destacarem durante o processo. Jaqueline Bezerra, 54 anos, se emociona ao recordar dos três meses. “Esta medalha é sinônimo de conquista. A gente recebe quando cumpre o nosso objetivo. Eu venho participando constantemente com toda a equipe nesse processo e me sinto muito feliz”, disse.

Atualmente, Palmas conta com grupos ativos de combate ao tabagismo no CSC da Arno 71, no CSC Professora Isabel Auler (Arse 23), no CSC Valéria Martins e no CSC Laurides Milhomem (Jardim Aureny III).

Males do tabaco

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 4,9 milhões pessoas (10 mil/dia) morrem todos os anos no mundo por causa de doenças relacionadas ao tabaco. E a previsão é de que esse número aumente para 10 milhões por volta de 2030.

Segundo o Ministério da Saúde, a fumaça dos derivados do tabaco apresenta mais de 4.700 substâncias tóxicas ao organismo, dentre as principais estão o alcatrão, o monóxido de carbono e a nicotina responsável pela dependência que se estabelece nos fumantes.

Em relação aos danos de longo prazo, o tabaco tem relação bem estabelecida, com 90% de câncer de pulmão, 80% das doenças pulmonares obstrutivas crônicas (enfisema), 45% em doenças cardiovasculares, 30% de infarto e 30% de todos os tipos de câncer.

Além dos danos causados ao fumante existem os causados pela poluição tabagística ambiental que amplia a população que está submetida aos riscos do tabagismo, estabelecendo uma nova categoria de fumantes – os passivos. Estudos recentes confirmam que os riscos de adoecimento e morte aumentam para os que estão, involuntariamente, submetidos à fumaça dos derivados do tabaco.