Medida é resultado dos cortes nas verbas orçamentárias

Por Guilherme Gandara

Restaurante Universitário da UFT

“O orçamento para 2019 prevê atendimento assistencial dos estudantes até dezembro deste ano, é o que temos confirmado. Só que para o ano que vem, não há certeza, pois os cortes já foram anunciados, pode ser que tenhamos redução de editais, tanto para o RU quanto para outros auxílios e ainda podemos ter aumento na tarifa das refeições”, essa  é a declaração dada pelo diretor de assistência estudantil da Universidade Federal do Tocantins, José Inácio dos Santos.

Diretor de assistência estudantil da Universidade Federal do Tocantins, José Inácio dos Santos.

A medida avalia a o cenário futuro, após o contingenciamento de verbas na universidades e institutos Federais, anunciado pelo Governo Bolsonaro no final de abril deste ano.

Na UFT, mais de 83% dos estudantes da Universidade Federal do Tocantins possuem renda familiar per capta inferior ou de até um salário mínimo e meio, o que corresponde a aproximadamente R$1. 431,00. Esses acadêmicos são identificados como estudantes com vulnerabilidade socioeconômica e necessitam de apoio da Universidade. Diversos programas e projetos são desenvolvidos para reverter esse quadro como as bolsas de Auxílio Permanência, Auxílio Moradia, Auxílio Saúde e, ainda, o Restaurante Universitário (RU), que é uma política que beneficia milhares de estudantes da UFT.

Kleidiane Araújo é estudante de jornalismo e é assistida por uma das políticas de permanência, o Restaurante Universitário (RU). Ela, assim como outros  700 estudantes do câmpus de Palmas, possui isenção total da tarifa para alimentação. Para ela, o restaurante universitário é imprescindível por conta de sua rotina. “Por ser estudante e estagiária, não tenho muito tempo para cozinhar e o RU tem contribuído para que eu continue em um ritmo de produção legal. Além de que sou isenta da tarifa, então economizo dinheiro da alimentação todos os dias”.

O RU está presente nos câmpus de Palmas, Gurupi, Araguaína e Porto Nacional e a política consegue atender, diariamente, 4. 029 estudantes. Os estudantes pagam regularmente R$2,50 por refeição e a isenção é para estudantes vulneráveis. Esse público de acadêmicos pode estar ameaçado, por conta do contingenciamento de verbas das universidades e institutos Federais, anunciado pelo Governo Bolsonaro no final de abril deste ano.

O restaurante universitário visa contribuir para melhoria das condições dos estudantes, mas com o anúncio dos cortes, a instituição só tem certeza de oferta garantida do serviço até o final do ano. O corte de verbas que seria de 30%, na UFT, chega aos 42%, o que representa R$ 18 milhões a menos no orçamento da Universidade. Caso ocorra mudanças na oferta de refeições, o prejuízo atingirá milhares de estudantes da universidade tocantinense que dependem desse auxílio para permanecer na academia, como João Marcos Garcia Lobato, que cursa Arquitetura e Urbanismo.

João Marcos Garcia Lobato aluno de Arquitetura e Urbanismo.

“Por morar na Aureny III, em Palmas, que é muito distante da UFT, eu preciso comer no RU todo dia. Meu curso é integral e, se não tivesse o RU, eu teria que passar o dia na universidade com fome, ou gastar o que não tenho nas lanchonetes próximas, o que é inviável”.

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Um Projeto de Pesquisa e Extensão idealizado para as atIvidades práticas de reportagem, produzido com a participação dos acadêmicos do curso de jornalismo da UFT.

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