Por Vitória Soares
A última pesquisa realizada pelo Censo da Educação Superior, divulgada pelo Ministério da Educação em 2017, revelou que o número de indígenas matriculados em instituições públicas e privadas cresceu 52,5% de 2015 para 2016, passando de 32.147 para 49.026.
Em relação aos demais censos, a conquista se torna ainda maior, pois em menos de sete anos a quantidade de indígenas matriculados nas universidades cresceu mais de cinco vezes, entretanto, o cenário ainda é de dificuldades, devido à falta de ferramentas que facilitem o desenvolvimento desses povos dentro das universidades.
Muitos ainda encontram obstáculos na produção e apresentação de trabalhos acadêmicos é o caso da aluna Kamilla Simikadi, que está cursando o 5º período de jornalismo, ela explica que devido ao pouco acesso a língua portuguesa durante a infância, encontrou dificuldades de comunicação no meio acadêmico. “Na minha comunidade não tínhamos tanto acesso a língua portuguesa e por esse motivo encontrei obstáculos para apresentar trabalhos e me comunicar com os demais alunos”, relatou.

A acadêmica de Gestão de Turismo, do IFTO, Lubederu Javaé, conta sobre as dificuldades enfrentadas no ensino superior e na produção do seu trabalho de conclusão de curso, que é voltado ao Etnoturismo na comunidade Boto Velho, localizada na Ilha do Bananal. “O português tem sido um desafio, sempre tive dificuldades na apresentação de trabalhos e durante a produção do TCC, não encontro textos voltados ao meu tema e com a linguagem mais simples”, afirmou.

Outro obstáculo enfrentado pelos alunos indígenas no meio acadêmico está relacionado a timidez,isso muitas vezes dificulta a comunicação entre aluno e professor, “além da falta de comunicação, percebo que a dificuldade está relacionada à criação de ideias para o trabalho e na sua comunicação em relação a tirar dúvidas”, disse a professora, Jaci Câmara, orientadora da aluna Lubederu.

Em decorrência da necessidade de formar profissionais capacitados e que lutem pelas causas indígenas, a procura por formação acadêmica entre os povos é crescente, a Universidade Federal do Tocantins destina 50% das vagas para estudantes que cursaram todo o ensino médio em escola pública, conforme prevê a lei de cotas, além de 5% para indígenas e mais 5% para quilombolas.






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