Por Renato Martins
O estudo auxilia na diminuição da emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa.

A professora doutora Glaucia Vieira apresentou na tarde desta quinta-feira, 09, a palestra “Eco Carvão produzido por pirólise de lodo residual e agroresíduo” durante a programação da Agrotins 2019.
O tema é fruto de um trabalho do Ledbio, laboratório de ensaio e desenvolvimento de biomassa e biocombustíveis, coordenado pela palestrante.
Sobre a participação na Feira Agropecuária do Tocantins, a professora comenta “é extremamente importante, nesse período de cortes em investimentos na pesquisa no Brasil.Ações como essas são fundamentais para divulgar as pesquisas desenvolvidas na UFT que podem resultar em inovação em médio prazo”.
Segundo a Dra. Gláucia,o biochar, produto da pesquisa, é uma espécie de carvão ecológico desenvolvido a partir de vários resíduos deixados pela produção agropecuária e pode agir para a diminuiçãoda emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa.
O biochar pode ser usado na geração de energia, responsável por 78% das emissões de gases causadores do efeito estufa na União Europeia em 2015. Por essa razão, Glaucia foi convidada para palestrar na Europa.
“Fui convidada para participar da Conferência IAPE,que aconteceu em Oxford – Inglaterra, para falar sobre o projeto de pirolise de lodo residual para produção de bioóleo verde, biochar, ecocarvãopensando emfonte de energia alternativa,a partir da substituição dos combustíveis fósseis, como óleo diesel e carvão mineral, por esses bioprodutos em termoelétricas, promovendo a redução da emissão de gases de efeito estufa, autonomia e desenvolvimento tecnológico e econômico”.

Segundo pesquisa sobre a caracterização do lodo residual produzido em Palmas realizada por estudantes do Instituto Federal do Tocantins, várias substâncias químicas como proteínas, carboidratos, lipídios e celulose podem ser encontrados em restos da produção agropecuária, o que torna o lodo residual da cidade ideal para a produção do biochar.
O trabalho realizado no Ledbio já ajudou a formar 22 mestres nos últimos 13 anos e recebeu financiamentos da Petrobrás entre 2006 e 2016 e do CNPq entre 2009 e 2019.
Cortes nas bolsas de mestrado e doutorado
A professora classifica o envolvimento de empresas e agências de fomento à pesquisa como “essencial para avançar a pesquisa de um projeto piloto a escala industrial”. No entanto, o cenário político brasileiro aparenta ir contra esse tipo de pensamento.
O Governo Bolsonaro cortou na última quarta-feira, 08, a concessão de novas bolsas de pesquisa da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), como parte do chamado “contingenciamento de gastos” do Ministério da Educação.
A contenção é vista como retrocesso pelo corpo acadêmico, a UFT emitiu nota sobre a medida e declarou: “a universidade espera uma reversão no contingenciamento dos recursos, sob risco de asfixiamento e interrupção das atividades”.






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