Por: Shelen Assakawa
O desmatamento e as chuvas irregulares têm afetado a produção de mel no Tocantins, a causa pode estar relacionada ao uso de agrotóxicos na agricultura que acaba afetando a população e aparecimento de novas abelhas. O problema atinge tanto a economia quanto o alimento que chega na mesa das famílias.
Segundo a Federação Tocantinense de Apicultores, o Estado chegou a produzir cerca de 120 toneladas de mel anualmente, mas alcançou apenas 70 toneladas o ano passado.
Antonildoé apicultorhá 14 anos, e sente os impactos pelos quais o mercado de mel passa no Estado. “Quando vão plantar soja por exemplo, tem que fazer derrubada, além do uso do agrotóxico e acabam matando as abelhas”, justifica.
“Nós apicultores e meliponicultores estamos sofrendo com isso, o Tocantins chegou a ficar em décimo nono lugar como maior produtor de mel do país nos anos de 2009 a 2011, hoje perdeu o lugar”, comentou.

A demanda pela compra do produto aumentou, mas segundo o apicultor, os profissionais não conseguem produzir a quantidade necessária, com a baixa na produção, o mel acaba sendo mais caro no mercado.
“O preço do mel hoje está muito alto. Porque eu acho que o mel tem que ser socializado para as camadas populacionais mais baixas. Para ter o mel como alimento, e não mel como remédio. O mel é alimento, nos beneficia e protege nosso organismo”, comentou Antonildo.
A abelha é responsável atualmente pela maior parte dos alimentos que chegam à mesa da população. A ausência do inseto na cadeia de seres vivos, pode afetar a agricultura e a vida animal.
“Existem colegas apicultores que vem perdendo todas as suas colônias. A abelha também participa da polinização de muitas espécies, tanto ornamentais ou frutíferas, ou mesmo nativas. E elas vem morrendo em todo o país. É um problema que vai ter um custo em breve e não muito longe desse momento”, comentou o biólogo Marco Marcolino.

O município de Nova Olinda é atualmentereferência de maior produtor de mel do Tocantins. O Antonildo comenta que de todos os anos de experiência na área, a implantação de cursos de capacitação, workshops e investimentos tecnológicos, poderiam ser um auxílio para o aumento da população de abelhas e do alimento.






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