Por Mírian Boechat

É incontestável que o orgasmo é o ponto máximo do prazer sexual, e essa experiência pode ser tanto física como psicológica, proporcionando uma série de reações e sensações que geram não só prazer, mas também benefícios à saúde.

Ginecologista sexóloga e obstetra, Ana Virginia Gama. Foto: Mírian Boechat

Uma pesquisa na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em 26 de fevereiro de 2017, concluiu que metade das brasileiras não tem orgasmo nas relações sexuais. O levantamento ouviu 3 000 participantes com idade entre 18 e 70 anos, divididos em cinco faixas etárias. No estudo, 55,6% têm dificuldade para chegar ao orgasmo. Entre as várias causas apontadas, 67% responderam que tem dificuldade para se excitar e 59,7% sentem dor na relação.

A ginecologista sexóloga e obstetra, Ana Virginia Gama diz que “o orgasmo feminino é uma das fases da resposta sexual da mulher, nós devemos ter o desejo, a excitação e o orgasmo, porém a satisfação sexual nem sempre se conclui no orgasmo”, explica a especialista, para ela “a resposta sexual feminina as vezes está no toque, no olhar, na fala, no contentamento de ser amada e desejada, que as vezes é bem maior do que o orgasmo propriamente dito”, explica.

Mas para quem quer realmente sentir o orgasmo e tem dificuldade? O que fazer?

A resposta de Érika Rezende, que se especializou em comercializar brinquedos sexuais para mulheres é exercitar a sexualidade, “o primeiro ponto a ser analisado é a intimidade da mulher consigo mesma, conheça o seu corpo, não tenha vergonha de se masturbar e descubra onde fica seu ponto G, o que realmente provoca o prazer”.

Os brinquedos e acessórios eróticos também permitem que as mulheres se testem e descubram possibilidades de como atingir o orgasmo.  Hoje existe um vasto mercado de sex shop mesmo sendo um assunto tabu em muitos contextos da sociedade, as procuras por esses acessórios têm aumentado, assim como a curiosidade sobre eles.    

Ponto máximo do prazer ainda é tabu para muitas mulheres.

A estudante de direito, S.R.G. (não quis se identificar) disse que mesmo depois de um ano de meio de relacionamento não conseguia atingir o orgasmo. “Passei a me preocupar e até achei que era homossexual, mas fui pesquisar, conhecer meu corpo e finalmente, consegui um orgasmo, mas, sozinha, aí depois fui conduzindo meu parceiro e estamos bem”.

A diarista M.S.T (não quis se identificar), tem 38 anos, casada e disse que “achava que tinha conseguido um orgasmo, mas não tinha certeza”, mesmo com uma vida sexual ativa, ela como tantas outras mulheres ainda está em dúvida sobre o que realmente significa a sensação do orgasmo.

A ginecologista, sexóloga e obstetra fala que “desde os primórdios, da criação as mulheres são educadas e o mundo nos mostra culturalmente que não podemos demostrar o que sentimos, as crenças, os valores e o contexto religioso também são uma forte influência para a porcentagem de mulheres que nunca sentiram um orgasmo ser muito grande”.

Vá atrás do seu prazer!

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Um Projeto de Pesquisa e Extensão idealizado para as atIvidades práticas de reportagem, produzido com a participação dos acadêmicos do curso de jornalismo da UFT.

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