Por Mírian Boechat
Demorou muito tempo para a ciência estudar o ápice do prazer feminino, segundo o site Cientistas Feministas apenas, no século XVI que os anatomistas Realdo Colombo e Gabriele Falloppio reivindicaram a descoberta do clitóris, atribuída à função sexual.
Hoje, na luta pela igualdade de gênero, a mulher deveria falar abertamente sobre o orgasmo feminino, mas ele nem é falado como deveria, nem é sentido.
Existem diversos fatores que dificultam a mulher de falar sobre o assunto e até mesmo de atingir o orgasmo, entre eles estão os traumas psicológicos, falta de autoconhecimento, criação repressora, são uns dos aspectos que inviabilizam a entrega às sensações e dificultam as mulheres a chegar ao orgasmo.
A chegada ao clímax é mental e por isso a resposta sexual feminina sofre fácil interrupções, como explicou a ginecologista e sexóloga, Ana Virgínia, na matéria que produzimos para esta edição de O Calango.
Para se desprender dessas amarras nós mulheres precisamos do autoconhecimento, analisar o que nos prende, se é psicológico por uma criação repressora ou por não se soltar na hora H com seu parceiro (vergonha). O fato é que não existe uma fórmula mágica para o orgasmo, porém o autoconhecimento do próprio corpo e o bom controle psicológico são pontos chaves para um orgasmo, mesmo que este não venha com facilidade, deve ser experimentado, mas para isso o corpo e a mente devem estar em comum acordo.
O clitóris dá a mulher a capacidade de se ter um orgasmo facilmente, mas a mulher tem a resposta inibitória (psicológico) e se não estiver aberta para senti-lo não chegará lá.
Infelizmente, ainda em 2017 a área de pesquisa sobre anatomia e orgasmo feminino é dominada por homens. Como disse o pesquisador italiano Emmanuele Jannini “Somos capazes de ir à lua, mas não entendemos o suficiente sobre nossos próprios corpos” [9]. Em meio a tantas certezas e incertezas, a mensagem da maioria dos cientistas para cada uma das mulheres é: busque conhecer e entender quem você é hoje, porque provavelmente amanhã você será diferente, e não pense no corpo feminino como uma máquina que sempre irá responder da mesma forma de uma outra.
Por isso se conhecer e conversar sobre o assunto é uma forma de se sentir mais à vontade e de tirar o autojulgamento. Despir-se por completo não é fácil pois vivemos numa sociedade patriarcal e machista cheia de julgamentos, mas é essencial quebrarmos esse paradigma e tentar evoluir sexualmente junto com nossos direitos.






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