Dia da Mulher: No batuque do tambor, na poesia, fazendo resistência é que elas vão comemorar

Por Kamila Barros

Hoje é dia de comemorar. Aqui em Palmas o 8 de março, dia internacional da mulher será de protagonismo da mulher, que vence, que não se dobra nem à opressão social, nem a repressão sexual ou política.

A data comemorativa mais do que nunca, será representada por movimentos sociais, grupos de apoio, rodas de conversas e, este ano, com um motivo a mais para comemoração, a conquista em segundo lugar da nação Encanto do Pina, grupo de maracatu de mulheres de Recife, que contou com a participação das batuqueiras do Baque Mulher, grupo de Maracatu do Tocantins, sediado em Porto Nacional.

O Baque Mulher Tocantins é um grupo de maracatu somente de mulheres, que tem como objetivo ser um espaço para que elas possam aprender a tocar e brincar maracatu. É um espaço também em que as mulheres se apoiam para fora, além do maracatu. No dia a dia, o baque é um dos espaços de empoderamento e apoio, um lugar no qual se pode juntar a arte, a herança africana e pernambucana do maracatu, e a luta das mulheres.

As mulheres que integram este grupo formam uma rede, uma família, e lutam por uma causa comum: a voz, a arte e os direitos das mulheres. Este grupo tem como principal objetivo fazer a mulher ser mulher independente e forte.

Segundo Sara Ramos, coordenadora do Baque Mulher Tocantins, estar em um encontro com a nação batuqueira, trocar experiências foi muito importante para todas as jovens batuqueiras.  “O maracatu tem conexões com as matrizes africanas, e o sentido da comunidade é ter um objetivo comum”, explica.

O maracatu é uma manifestação cultural que ocorre durante todo o ano e não apenas no carnaval. “É sempre muito engrandecedor poder fazer parte dessa resistência, havia batuqueiras de vários locais do país e fizemos muitas trocas, aprendemos umas com as outras e formamos laços que vão durar enquanto durar nosso maracatu”, disse Sara.

Foi com a Mestre Joana que se originou o Baque Mulher, ela é a primeira e única mestra de uma nação de maracatu, que tem se espalhado por todo o Brasil”.

A programação vai se realizar na praça dos Povos Indígenas e para celebrar durante todo o dia haverá a apresentação do SARAU 8 NA LUTA: Pela vida das mulheres. Marielle, Presente! será às 17 horas, mas a programação no parque já começas as 10 horas da manhã com uma feira agroecológica e produtos artesanais.

Estarão presentes algumas atrações como Trupe-açu, Mãeria, Lila Baraky e Batucada da Marcha Mundial das Mulheres. A programação também conta com intervenções poéticas: Ajunta Preta e Jaqueei, além do lançamento do Projeto de Extensão: Teoria e Prática Humanizada em Direito e Gênero.


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Um Projeto de Pesquisa e Extensão idealizado para as atIvidades práticas de reportagem, produzido com a participação dos acadêmicos do curso de jornalismo da UFT.

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